Valentim Corrêa Neto Jr.
Qual o peso desta pergunta se feita a um aluno que ingressa no ensino superior? E mesmo para os que já possuem familiaridade com a referida matéria? E para vocês, operadores do Direito? Que efeito
lhes faz?
É indignado que faço tantas indagações!
Por que tantos repudiam a magnitude, talvez abstrata, talvez dogmática, da Filosofia?
Penso, reflito, busco entender, mas não chego à compreensão. E mesmo sem assimilar o que verdadeiramente acontece aos indivíduos que antipatizam com a ciência do saber, arrisco indicar algumas infelizes razões.
Talvez a razão repouse no impacto cruel que resulta a comparação entre os pensadores de ontem, que ousavam infinitamente mais e se subordinavam infinitamente menos que os pensadores de hoje. Ou porque tudo já está tão pensado nos dias atuais que não seria necessário desvendar as idéias desbravadoras do passado? Ou porque é muito difícil para alguns pensar em soluções para problemas sociais, comunitários, ou seja, humanos? Ou será a forma disciplinar do ensino fundamental que não
ensina o aluno a pensar? Escutem... É admirável desvendar os enigmáticos caminhos trilhados pelos pensadores do mundo.
É navegando em seus discursos e em suas teorias que alcançamos a percepção da realidade.
Vejo hoje o quão gratificante foi “viajar” e tentar desvendar os pensamentos e idéias de tão nobres pensadores como Immanuel Kant, Hegel, Santo Agostinho, Hans Kelsen, Montesquieu, e muitos outros;
observar que seus pensamentos muitas vezes são o elo de ligação entre a Filosofia e o Direito, aplicandoos
em todas os seus ramos, influenciando conceitos e solidificando princípios. Os filósofos são fundamentais a todas as ciências.
Qualquer aluno, hoje, que não tenha um mínimo de conhecimento geral de Filosofia ficará com uma grande lacuna em seu aprendizado, e no futuro quando vir a ser, talvez, um operador do direito sentirá que algo lhe falta, e, com certeza, terá que retomar aquilo que para ele causava tanta repulsa: o ensino da nobre Filosofia.
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