sábado, 17 de maio de 2008

Observações sobre a concepção hursseliana de idealismo transcendental*

Por Danielle O. dos Santos

O texto comenta, de maneira sucinta, o tópico 41 da Quarta Meditação de Edmund Husserl. Esse tópico apresenta o "ego cogito" como fundamento do idealismo transcendental e afirma que a explicitação fenomenológica do "ego" deve ser apriorística e eidética.
A fenomenologia é a doutrina universal das essências. Pode ser compreendida como ciência e método. Enquanto ciência tem por objeto os fenômenos, porque para Husserl o "conhecimento" é conhecimento de fenômenos[1]. É fenômeno tanto a consciência que percebe, quanto à coisa que é percebida intencionalmente pela consciência. A fenomenologia como método é uma critica do conhecimento e uma atitude intelectual.É uma "atitude intelectual especificamente filosófica, o método especificamente filosófico”.[2]
Vale aqui ressaltar o que Husserl diz em sua obra A idéia da fenomenologia, sobre as duas formas de pensamento: o natural e o filosófico.O primeiro seria fruto de uma atitude espiritual natural (ingênua), porque concebe como óbvia a possibilidade do conhecimento, ignorando toda e qualquer dificuldade filosoficamente relevante acerca dessa possibilidade; e o segundo é o oposto do primeiro, já que é fruto de uma atitude filosófica (reflexiva), que se preocupa com os problemas da possibilidade do conhecimento. Husserl afirma que só o pensamento filosófico é capaz de entender que o "conhecimento" é uma fonte de profundos e complexos problemas.Enfim, o pensamento que se ocupa da crítica da razão teorética ou teoria do conhecimento, é o filosófico. Cabe á fenomenologia seja como ciência ou como método, resolver os problemas concernentes à essência do conhecimento.No tocante á Quarta Meditação, Husserl afirma que uma teoria verdadeira do conhecimento só é possível e realizável se for fenomenológica e transcendental.O conhecimento, como dissemos, é um conhecimento de objetos (fenômenos), os quais, segundo Husserl, “só existem para nós e só são o que são como objetos de uma consciência real ou possível.”[3]Ao falar de conhecimento, precisamos deixar claro e entender que o “eu” é o complexo que articula a consciência transcendental, a percepção[4] e o ato intencional.Qualquer comprovação da verdade necessita inteiramente do “eu”. Como nos diz Husserl: “tudo o que é para mim o é em virtude da minha consciência: é o percebido da minha percepção, o pensado do meu pensamento, o compreendido da minha compreensão, o "intuído “da minha intuição.”[5] Ele considera que o conhecimento é o resultado de uma percepção que o “eu” enquanto consciência reflexiva exprime intencionalmente dando sentido a tudo que se apresenta na experiência. Isto se confirma na seguinte afirmação: “Pertence, portanto à essência do ego viver sempre em sistemas de intencionalidades”.[6]Subjetividade transcendental é essa ligação essencial entre o ser e a consciência
(...)
[1] Para Husserl a palavra fenômeno pode designar: o aparecer e o que aparece.
[2] A idéia da fenomenologia pág. 23.
[3] Pág. 81.
[4]Husserl determina por noesis o ato de perceber e por noema objeto da percepção.
[5] Pág.97.
[6] pág. 82.

* Parte de um trabalho monográfico exigido para conclusão do curso Fenomenologia I/UESC-2007

Um comentário:

Laii disse...

Eiii Professora,mandei a pesquisa por email e está salva em meu pc..pois depois tentei abrir e nao consegui,está dando que a senha é inválida! para falar comigo é só adicinar laitristao@hotmail.com no msn ou me adicionar no orkut Laís Tristão!
espero que vc goste da pesquisa.

Só os Deuses são perfeitos!
"Acredito sinceramente que somos o que pensamos, o que estudamos e o que nos propusemos a ser."