quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A Filosofia e a Morte



Artigo interessante de Adão José Peixoto sobre o tema
Todos devem ler na integra

http://seer.ucg.br/index.php/fragmentos/article/viewFile/1642/1036

Sócrates,A Filosofia e a Questão da Morte

"Morrer é que me assusta.
(Montaigne)


A epígrafe acima expressa bem a nossa angústia sobre a morte. Sentimos um profundo desconforto quando nos deparamos com a questão da morte. Ela é fonte de medo, angústias, desesperos, dramas, revoltas e interrogações. Quando nos deparamos com a perda de alguém da nossa família ou de algum amigo, somos tomados pela angústia, pela interrogação e, até mesmo, pela revolta. A morte é o acontecimento humano mais temido e menos discutido. Esse temor se deve ao fato de que ela é um destino inevitável para todos nós e imprevisível, no que diz respeito à temporalidade. O homem é, entre todos os seres, o único que tem consciência da morte.
Essa consciência surgiu quando ele se deparou, ao longo da história, com o problema da finitude e da infinitude; daquilo que é passageiro e daquilo que é eterno, do que é mortal e do que é imortal: quando se descobriu como ser finito, ou como afirma Heidegger, quando passou a compreender que é um ser-para-a-morte (HEIDEGGER, 2007, p. 309-15).
Parece-me que o susto expresso na epígrafe de Montaigne, a angústia que toma conta de nós quando nos deparamos com a problemática da morte, não aparece na atitude de Sócrates. Creio que, na história da filosofia, nenhum pensador se deparou com a questão da morte de forma mais serena do que esse filósofo. Sócrates pensou e discutiu a morte enquanto esperava o cumprimento de sua pena: a própria morte. Mesmo nos instantes em que se aproximava dela não se desesperou, mas manteve-se sereno, lúcido e crítico. Sua atitude diante da morte foi uma atitude filosófica, porque se ocupou em compreender o seu sentido. Mas, além de filosófica, foi também uma atitude pedagógica, porque nos ensinou a agir com sabedoria nos momentos de dores e embates políticos, porque não abriu mão dos princípios que acreditava e defendia. São essas reflexões que pretendemos desenvolver neste artigo."

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"Acredito sinceramente que somos o que pensamos, o que estudamos e o que nos propusemos a ser."