A negritude que me encobre é pura e santa
Como a coberta de uma alma já sofrida,
Da minha pele brota a força, brilha a vida;
Sou negro sim, porque ser negro é o que me encanta...
Você não nota a minha dor, minha ferida,
Levo no peito a marca atroz que não acalanta,
Guardo meu choro e travo o medo na garganta;
Sou negro sim, porque ser negro é a minha lida...
Cheguei sofrido há muito tempo nesta terra,
Simples escravo a trabalhar na escuridão,
A negritude que me encobre branco irmão,
É a liberdade que o meu peito grita e berra...
Vivi no tronco e como um bicho na prisão;
Sou negro sim e o preconceito é a minha guerra...
Piligra
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